HAITI

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  • Menina na rua. Roupa de domingo com luvas cirúrgicas, Les Cayes
  • Casa na beira da rua, Roupa de domingo, Les Cayes
  • Salão de beleza, Les Cayes
  • Na varanda, Les Cayes
  • Na varanda, Les Cayes
  • Salão de beleza, Les Cayes
  • Rua, Les Cayes
  • Lata d`agua na cabeça, Les Cayes
  • Varanda, Les Cayes
  • Ray Charles, Les Cayes
  • Roupa de igreja, Les Cayes
  • Lavando roupa, Les Cayes
  • Lavando roupa, Les Cayes
  • Dr. Ricardo Afonso Ferreira, diretor e criador dos Expedicionários, Les Cayes
  • Dr. Fabio (Expedicionário) com meninas órfãs, Les Cayes
  • Maria e meninas alimentadas por Peter, americano que ajuda o Expedicionários, Les Cayes
  • Criança em dia de visita do Consolation Center (orfanato do Peter) para quem os Expedicionários prestam saúde, Les Cayes
  • Peter e Maitê com meninas órfãs e suas fotos, Les Cayes
  • Meninas abraçadas (Maitê e Peter), Les Cayes
  • Maitê e meninas abraçadas, Les Cayes
  • Meninas encantadas com o cabelo da Maria
  • Meninas encantadas com o cabelo da Maria, Les Cayes
  • Maitê, Peter. Meninas fotos, Les Cayes
  • Cantando
  • Port au Prince
  • Port au Prince
  • Port au Prince
  • Port au Prince
  • Port au Prince
  • Port au Prince
  • Port au Prince

Estamos em março de 2010. Acabo de voltar do Haiti devastado pelo terremoto de 12/01/2010. A vida continua, não há mais gente chorando seus mortos na rua nem fedor de cadáveres, os corpos secaram embaixo dos escombros. Escombros há por toda parte e ali ficarão por muito tempo pq não existem máquinas nem organização para retirá-los. Não existem diretrizes sociais, governo, reconstrução. O terremoto destruiu os três poderes amassando os prédios com todo mundo dentro. Fez o mesmo com a cúpula da igreja, com a cabeça da ONU, com o bairro dos ricos, com quem tinha emprego e trabalhava às 16hrs daquela tarde fatídica. As quatro faculdades de medicina do país ruíram com professores e alunos dentro. Não haverá mais médicos formados no Haiti, nem doutores com conhecimento para instruí-los. Quem possuía algum estudo foi aniquilado pela tragédia. Antes do terremoto os índices diziam:
- 90% sem eletricidade
- 80% sem água encanada
- 70% sem emprego
- 60% sem estudo
Agora tudo piorou enormemente.
Os EDS, uma ONG a quem fui prestar auxílio, estão instalados a 200km de Porto Príncipe numa cidadezinha pouco afetada pelo tremor em que é possível se atender as vítimas que baixam no 'hospital dos brasileiros' a todo momento. Há uma menininha que chegou com a prima vinda de Porto Príncipe. Da família dela sobrou o pai. Cinco dias depois da destruição, por conta do cheiro que exalavam seus mortos - a mulher e quatro filhos - o homem que não havia conseguido salvar os seus, resolveu botar fogo na própria casa. De repente ouviu um choro gemido saindo do fogo. Era a menina. O pai arrancou a filha às pressas deixando parte de sua pele que se colara no cimento queimado do chão. Assim, em carne viva a criança chegou a nosso hospital e lá está há dois meses sendo tratada. Quase não fala e tem pavor de quem se aproxime, ainda teme que possam machucá-la. As histórias são muitas e terríveis. Os EDS não resolverão o problema do Haiti, mas dia após dia ajudarão muita gente sem futuro a conseguir andar, mexer, se reerguer e seguir. Que assim seja.

Conheça o trabalho dos Expedicionários da Saúde e saiba como você pode ajudar as vítimas da tragédia do Haiti.