Atriz acredita que a beata fervorosa não julga mal, porque tem visão pura da vida
'À medida que Osmundo foi entrando na vida dela, o ritmo acelerou', revela Maitê (Foto: Gabriela / TV Globo)
Sinhazinha (Maitê Proença) tinha tudo para ser triste, mal-humorada e pessimista diante da maneira com que seu marido, o temido Coronel Jesuíno (José Wilker), a trata. Mas a atriz Maitê Proença conta que optou por interpretá-la de uma forma diferente, fazendo com que a personagem não passasse despercebida aos olhos do grande público: “Ela acorda todos os dias acreditando na vida”, explica. O otimismo da beata parece, enfim, estar surtindo efeito. Ao conhecer Osmundo (Erik Marmo), a personagem parece ter encontrado uma luz no fim do túnel.
“No início, Sinhazinha falava devagar, era quase uma morta-viva, nada acontecia na vida dela. À medida que o Osmundo entrou na vida da personagem, o ritmo dela foi se acelerando. Ela foi tendo motivo para entusiasmo, mesmo colocando a mão no fogo, à beira do abismo, pronta para cair. É emocionante”, avalia.
Para Maitê, a paixão que a beata sente por Osmundo é uma descoberta da delicadeza no trato, e também do toque e do prazer físico, já que ela é pura e até um pouco infantil sob esses aspectos. Além disso, a casta dama se sente realizada espiritualmente ao lado do novo amado, pois o associa à imagem de São Sebastião, de quem é devota.
A transformação na vida de Sinhazinha não se restringe apenas ao amor. Sonhadora, a personagem começa a questionar os valores sociais daquela época e a sonhar com uma realidade diferente, menos “dura, árida e seca”.
Segundo Maitê, Sinhazinha descobre uma liberdade que nem mesmo ela sabia que tinha. Ao conhecer o famoso bordel de Ilhéus, por exemplo, ela não fica chocada, mas sim encantada com tudo o que percebe por ali. “Ela não julga mal porque a regra diz que está errado. O primeiro impulso dela não é a regra. O que acontece naturalmente dentro de Sinhazinha é um olhar autêntico sobre as coisas. Ela vê algo melhor do que ela tem”.
O lado Sinhazinha de Maitê
Assim como a personagem, Maitê conta que sempre acorda bem disposta e pronta para gostar do dia, da vida. Com ela, não vigoram depressão, mau-humor, dor de cabeça, cólica ou insônia. E, quando tem, nem liga: “Não dou bola, faço de conta que não existe”.
“Tomara que eu tenha alguma coisa de Sinhazinha, porque ela é tão linda... Tenho isso de acordar todos os dias acreditando na existência. Puxei de mim pra ela, sempre fui assim. Ao longo do dia, as coisas em geral vão piorando e vai batendo uma agonia com a realidade. Mas no dia seguinte eu acordo de novo insistindo que tudo será uma maravilha. Feito uma louca!”, brinca a atriz, que ainda dá um recado aos internautas: “Aguardem, porque tem coisa forte por vir!”.