Jô: Como é que você faz para ficar cada dia mais bonita?
Maitê: Ah, Jô, não começa com esse tipo de pergunta, que eu começo tímida.
Jô: Você começa tímida? Sei! Você, eu acho que é o tipo da mulher que assusta a maioria dos homens, né? Aquele homem muito machista, porque além de bonita, é inteligente à beça, culta, sabe das coisas... De vez em quando não tem um homem assustado à sua volta?
Maitê: Bom... Não, acho que não. Eu acho que isso assim, a primeira impressão das coisas ela tem um estigma ali que as pessoas acham, né, e que podem atrapalhar e criar algum tipo de barreira inicial, mas depois de dez minutos as pessoas vão relaxando e tem uma pessoa ali por trás do que ele tá vendo e...
Jô: Quer dizer, são dez minutos de condescendência que você fica assim, só ouvindo e tal, aí... "pá", pau na máquina...
Maitê: "Crau" neles.
Jô: Sim, de cara. Olha só, você vai fazer a Princesa Isabel, vai viver a princesa Isabel?
Maitê: Eu vou fazer numa peça do Aderbal Freire Filho, que estava engavetada. Aí era um pérola que ele tinha lá dentro da gaveta, que ele não mostrava para ninguém, e o Domingos de Oliveira me contou e eu falei: "Vamos tirar da gaveta, vamos ler e vamos ver se isso é "encenável", e aí nós achamos que era "encenável" e que era muito, muito necessário fazer sim. Eu estava com outros projetos de teatro que eu queria fazer, e aí a mulher do Domingos, que é a Priscila, chegou para mim e falou: "Maitê, a gente é obrigada a fazer tantas concessões na vida, você faz tantos personagens que você não gostaria de ter que fazer, você trabalha com tantas pessoas ao mesmo tempo, 300 pessoas que você não conhece, tem que fazer tantas coisas para quebrar um gelo inicial... Teatro é para se divertir, é para ser bom, é para você ir e encontrar os seus amigos, trabalhar com o seus amigos." E esse era o projeto, então nós estamos ensaiando e só saem pérolas no ensaio. Que imagine você trabalhar com o Domingos de Oliveira, que é aquele baita daquele louco, mas é um louco criativo. Ninguém diz nada comum, sabe? Eu passo cinco horas ouvindo coisas que eu nunca tinha considerado.
Jô: Por exemplo? Me dá um exemplo.
Maitê: Eu não sei te explicar, porque é um avalanche delas. E aí eu tenho que catar lá dentro de mim, numa região que também não costuma ser mexida, entendeu?
Jô: E vocês ensaiam cinco horas todo dia?
Maitê: Eu acho que é um processo para eu ficar de fato louca, entendeu?
Jô: Para ficar maluquinha.
Maitê: É.
Jô: Qual é a primeira frase que você diz na peça?
Maitê: "Merda". [risos]
Jô: Já entra num clima meio... Se referindo a quê?
Maitê: À república. Porque a história é a seguinte: a princesa Isabel, conhecidamente, foi um criatura muito piedosa, muito sensata e cordata, todas aquelas coisas que nada têm a ver com loucura. Na nossa peça ela ficou supostamente louca por um dia, no dia em que os republicanos declaram a república e que dão 24 horas para a família imperial dar o fora. O que de fato aconteceu, eles foram enxotados. E ela, nesse dia, lá na alcova dela, ninguém sabe o que aconteceu de fato, - você sabe que os historiadores contam as coisas maquiadas, né? -, ela pode ter ficado doida. Na nossa peça...
Jô: Provavelmente ficou!
Maitê: Provavelmente ficou um pouco perturbada, digamos. Na nossa peça ela fica muito perturbada e diz o que ela realmente pensa dessa gente.
Jô: E aí?
Maitê: Tem uma hora que a gente... que ela liberou os escravos, os índios que estavam aqui, o que ela pensa dessas pessoas.
Jô: O que ela pensa dos índios?
Maitê: Tem que ver a peça. Ela fala o que ela pensa mesmo do país. Mas, na verdade, a peça é muito patriótica também, porque é ela que não quer ir embora. Ela reclama muito, fala do que ela pensa e tal, que enfim, não é muito bonito, mas ela não quer ir embora de jeito nenhum.
Jô: Ela quer ficar.
Maitê: Ela se amarra à cama.
Jô: Ela o quê?
Maitê: Ela se amarra à cama, é tudo na cama dela. E ela está no quarto, enlouquecida, dizendo que não vai sair de jeito nenhum e todo mundo entrando para ver se convence ela, usando várias táticas, o médico da família, e assim por diante.
Jô: Ela pirou mesmo? Numa nice.
Maitê: Ela pirou. E a peça, ela é curiosa porque o Aderbal catou um livro lá de um tal de Eduardo Vitorino, que é um ensaísta português, daqueles que haviam aqui há anos passados, e onde está lá escrito que o presidente Getúlio Vargas teria escrito uma peça. E nisso, como ele não achou a peça, ele resolveu escrever a peça do Getúlio Vargas. Então a nossa peça é como se fosse, tivesse...
Jô: ... uma peça escrita pelo Getúlio Vargas.
Maitê: Pelo Getúlio Vargas.
Jô: Isso é ótimo.
Maitê: Sobre a loucura da Princesa Isabel, dentro da alcova dela, malucona.
Jô: Mas, na realidade, o Getúlio não escreveu peça nenhuma.
Maitê: O Getúlio entra na nossa peça também. Na realidade não se sabe, mas esse ensaísta disse que pode ter escrito.
Jô: Sim, claro.
Maitê: Tinha "pendores" assim..
Jô: Literários.
Maitê: Literários.
Jô: Agora, o Getúlio faz o que na peça?
Maitê: O Getúlio entra porque como ele faz ela ficar desbocada, essa criatura e tal, ele entra para explicar porque é que ele fez isso, envergonhado...
Jô: Ele entra como autor da peça.
Maitê: Ele entra como autor da peça e diz o por que ele botou...
Jô: ... porque ele botou ela desbocada.
Maitê: O que foi que aconteceu com ele pra ele fazer isso e tal. E porque a peça tem um estilo assim um pouco puxando para teatro de revista. Então tem apartes, que o Aderbal é que escreveu, ele faz como ator também. Então ele faz todos personagens masculinos.
Jô: Tem comentários "a soslaio", aquela coisa: "Não sei o que, eu disse..."
Maitê: É. E então... O que era que a gente estava falando mesmo? [risos]
Jô: Eu acho que era da peça.
Maitê: Ah, é verdade!
Jô: Não, a gente estava falando da loucura que é a peça e por que o Getúlio entra.
Maitê: Ah não, da revista.
Jô: Ah, sim
Maitê: Então porque... [risos]
Jô: Por que tem... um clima de...
Maitê: Eles estão rindo de mim! [risos] A minha memória se estiver assim no dia da estréia, vai ser uma beleza!
Jô: Não, mas isso aí não é falta de memória, isso é divagação, porque a gente está conversando, vai para um lado, vai para o outro.
Maitê: Não, porque o Getúlio, na época dele havia teatro de revista.
Jô: Ah, sim. Isso. E ele adorava?
Maitê: Ele adorava, ele chamava lá no Palácio do Catete...
Jô: Ele ia assistir as peças?
Maitê: As companhias que iam lá representar para ele no palácio.
Jô: Não, ele ia ao teatro, ele freqüentava muito os Teatros da Praça Tiradentes.
Maitê: O John Herbert foi representar para ele no Catete.
Jô: É?
Maitê: Com a Eva Wilma que conta essas histórias e tudo. Então, ele tendo escrito a peça, então é puxado para o teatro de revista.
Jô: E ele tinha essa ligação com o teatro de revista muito forte. Né? Inclusive com algumas vedetes, como Virgínia Lane, e tal, que ele ia assistir, que ele gostava muito, e ela até hoje diz que foi amante dele, mas parece que nao é verdade. Ela diz, ela garante que sim, mas como só tem uma pessoa para garantir...
Maitê: Ela tem na memória dela e é gostoso guardar coisas assim que a gente gosta, mesmo que não seja...
Jô: Umas até mais... é claro, mesmo que seja mentira.
Maitê: É, você guarda o que você quiser dentro da tua memória, a memória é tua, não é verdade?
Jô: Claro, e um dia vira verdade, você acredita tanto...
Maitê: Você tanto fala que você convence os outros. [risos]
Jô: E convence a si mesmo.
Maitê: A si próprio. Já pensou que delícia, em vez de você ter um passado chato, desagradável...Faça você
Jô: Você mesmo cria o seu.
Maitê: É.
Jô: Isso é uma grande idéia. Isso já dá uma outra peça!
Maitê: Dá.
Jô: Tem D.Pedro II na peça?
Maitê: Tem. D.Pedro II é o pai da Princesa Isabel. É a história. É assim...
Jô: Sim, eu quero saber: ele está na peça do Getúlio? [risos]
Maitê: Ninguém sabe.
Jô: Hein?
Maitê: As pessoas não sabem.
Jô: Não sabem o quê? Que o D. Pedro II era o pai...
Maitê: É...
Jô: Pensam que é pai do D. Pedro I porque ele é mais velho, tem aquela barba branca... [risos]
Maitê: Ele está na peça, na imaginação dela. Ela traz para dentro do quarto dela, na imaginação dela, o pai, o Wagner aparece no quarto dela.
Jô: O marido vai também?
Maitê: Miguel Couto aparece no quarto dela, entendeu? Tudo na cabeça dela.
Jô: O marido aparece? O Conde?
Maitê: O marido, o Conde d'Eu. Ele é um cãozinho que fica embaixo do lençol e late para as pessoas.
Jô: Mas vai ter o cãozinho na peça, não?
Maitê: O cãozinho é minha perninha e... ou a minha mãozinha... au, au, au. Só que fica debaixo do lençol, entendeu? E eu acalmo ele para não morder as pessoas. Quando ela fica muito brava, ela solta o cãozinho.
Jô: Ela realmente pirou brabo, né? Hein?
Maitê: Estou muito cansada! Muito cansada. Eu não sei o que vai se mim. [risos] Estou exausta de fazer essa louca. Eu nem comecei.
Jô: São quantas pessoas na peça?
Maitê: São três, eu, o Aderbal e a Clarice Niskier, que é uma atriz mais de teatro, fez a Dinorá naquele comercial da TVA, telefonista e tal, mas é um atriz séria, não faz só comercial. Mas, então é isso, entendeu? Porque a história tem muitas... [risos]
Jô: Vem mais junto de mim. Senta aqui, senta aqui. "Então é isso" é bom, já me parece falta de assunto. "É, mas... Então é isso. entendeu?" [risos] v
Maitê: Estou achando que estou em casa, né?
Jô: : Fica a vontade. Assim que é bom.
Maitê: Não, é que eu ia dizer é que a peça traz assim um monte de fatos históricos que a gente não conhece, curiosidades que não foram contadas na escola, sabe?
Jô: Mas precisa ir lá pra saber, você não vai contar nada aqui.
Maitê: Não. Não posso contar.
Jô: Não.
Maitê: Vai ser no Paço.
Jô: Hein?
Maitê: É no Paço Imperial, aonde a família imperial foi de fato enxotada.
Jô: Na hora que você enlouquece, o seu marido já tinha tomado um tiro na rua? O Conde d'Eu já tinha sido ferido?
Maitê: Não.
Jô: Ainda não?
Maitê: Na nossa peça não. A nossa peça se passa no dia, proclamaram a república em 1889, dia 15 de novembro, a nossa peça se passa no dia 16 portanto. Eles todos lá no navio...
Jô: Então Conde d'Eu já tinha tomado o tiro?
Maitê: Mas não na nossa peça, ele está lá de cachorrinho, embaixo do lençol.
Jô: Maitê, como é a história da sua viagem à Índia?
Maitê: Qual delas?
Jô: Qualquer uma.
Maitê: Mas eu tenho mais de...
Jô: Da clínica.
Maitê: Ah! Da clínica! Você não sabe o que aconteceu comigo. Eu encontrei o Ivaldo Bertazzo. Você sabe quem é, o bailarino Ivaldo Bertazzo que fez espetáculo com a Marília Pêra na Indonésia. E o Ivaldo...
Jô: Você tinha ido fazer o que na Indonésia? Só por curiosidade.
Maitê: É... férias, Indonésia em guerra, eu achei que era um bom lugar para passar as férias.
Jô: Saiu da Bósnia e foi para...
Maitê: Eu fui à Bósnia.
Jô: Durante a guerra...
Maitê: Fui à Bósnia, eu fui à... não é Bósnia, é ali do lado? Croácia!
Jô: Faixa de Gaza, você já esteve lá em algumas férias?
Maitê: Não.
Jô: E aí?
Maitê: Enfim, voltando, eu encontrei o Ivaldo que também estava lá, e o Ivaldo foi me buscar no aeroporto, ele estava o neto do Ivaldo. Ele era uma coisa jovem, lindo, "Ivaldo o que você fez? Eu também quero fazer isso". Aí ele me contou de uma clínica onde ele tinha estado na Índia, eu falei: "Bom, eu quero ir para esse lugar". Acabou a minha estada na Indonésia, a minha filha estava comigo e o meu irmão, levei todo mundo. Aí mandei de Cingapura, mandei Maria, meu irmão, todo mundo embora e fui, porque eu não conseguia por telefone fazer a "reservation"... Como é que fala?
Jô: Reservas.
Maitê: As reservas, porque é impossível, né, eles falam "hindglish", você não consegue falar com a telefonista...
Jô: Eles falam o que?
Maitê: Hindglish". É uma mistura...
Jô: E uma mistura de hindu com inglês.
Maitê: É uma confusão, é impossível e tal. E fora que eles não têm o menor interesse que você vá, é outra mentalidade. Então eu falei: "Bom, já que eu tenho que ir mesmo, eu vou à Índia..."
Jô: Espera aí, "já que eu tenho que ir mesmo", é que você tinha posto na cabeça que você ia?
Maitê: Eu resolvi que eu ia.
Jô: Depois que viu aquele milagre.
Maitê: É, e ele só tinha passado 15 dias. Enfim, resumindo a história, eu consegui chegar depois de implorar para ficar lá numa ilha, no meio do nada, no Querala, no sul da Índia. Cheguei lá, fiquei 15 dias nesse lugar, recebendo massagens, comendo, mas muito, muito, muito, muito, uma comida deliciosa com gosto assim, que eu nunca... passava por umas regiões da minha boca que nunca tinham sido encostadas. Entendeu? Era, é uma orgia bucal.
Jô: É o ponto G da gastronomia. [risos]
Maitê: É. É uma coisa...! Depois de 15 dias, 20 dias disso, eu era a Maria! [risos]
Jô: A própria filha.
Maitê: Eu virei uma coisa, minha pele era uma beleza de tal maneira eu fiquei impressionada comigo..., fazia muito "pipi" durante a noite, sabe, aí eu falava assim, eu ia lá no médico e todo dia ia conversar com o médico e falava: "Doutor, está tudo ótimo, tudo, mas eu não consigo dormir porque eu acordo várias vezes à noite para fazer pipi". - Ah, "good", "very good". - Não, não é bom, porque eu quero dormir, eu vim aqui inclusive para repousar. Ele dizia: - Não, "good", "good". então eu fui me adaptando e o negócio era uma tamanha beleza que eu quero trazer para o Brasil e estou atrás, a equipe eu até tenho porque eu estou formando, conversei com médicos lá, pessoas que viriam para cá...
Jô: E tinha óleos que você passava? Mas, mais bonita do que você já é, é impossível.
Maitê: Mas era um espetáculo. A pele ficou elástica...
Jô: Como que é a pele? Fala para mim. [risos]
Maitê: Uma beleza Eu vou trazer isso para cá porque é uma saúde que vem de não sei onde, rápida, é simples, não tem...
Jô: Quanto tempo você ficou lá?
Maitê: Eu fiquei 20 dias lá. E foi um fenômeno que aconteceu comigo.
Jô: E desidratando, esses 20 dias, muito "pipi" à noite?
Maitê: Não é só desidratando, porque eles acham que da mesma forma que você para fazer isso (mexe com as mãos), você manda um estímulo do seu cérebro para cá, que comanda e tal, e se você recebe o estímulo aqui, isso também produz um resultado do teu cérebro, e eles sabem como fazer, como estimular o teu corpo e quais os óleos apropriados para você, porque eles te diagnosticam e tal, o que vão fazer com que você obtenha os resultados que você pretende.
Jô: Agora, mas você disse, "eu fiquei", você continuou linda como sempre foi, tem um período que você ficou com a pele mais elástica e aí passou esse período?
Maitê: Passou.
Jô: Quanto tempo dura?
Maitê: Não, porque não dá para continuar fazendo a manutenção disso aqui, porque os óleos não são os mesmos, apesar de que deveriam ser, pois a gente está na mesma faixa do mundo, deve ter na Amazônia, a mesma possibilidade, matéria-prima e tal, mas você tem que se submeter aquele tipo de tratamento e a medicina "Ayurvédica", que é a medicina mais antiga do mundo, de onde tudo veio, isso a gente desconhece aqui.
Jô: Mas quanto tempo acaba depois que...
Maitê: Fiquei uns dois, foi assim... murchando o efeito. Eu queria ter sempre aquilo.
Jô: Murchando o efeito, imagina se não murchasse. Maitê Proença, por mim eu ficava a noite toda aqui nesse papo. Você está escrevendo um livro?
Maitê: Comecei a escrever um livro e... achei muito ruim o livro... [risos]
Jô: Aí parou?
Maitê: Achei uma droga, parei. Mas agora eu... passou esse problema assim... e eu acho que eu vou botar no meu site. Acho não, já está no meu site.
Jô: Ah, você tem um site! Eu tenho o endereço aqui marcado, é www.maite.com.br
Maitê: Exatamente, então vou escrevendo, vou deixar como está, e aí vou ter a liberdade de fazer, porque quando você faz um livro, fica aquele compromisso com aquela obra literária que tem que estar impecável.
Jô: Mas é romance?
Maitê: É ficção. E eu dei para algumas pessoas, as pessoas gostam, eu que, né?... a gente não... E aí eu vou mexendo nele, on-line ou no site mesmo, sempre que tiver tempo, eu vou lá...
Jô: Não fica com aquele compromisso de...
Maitê: Não fica, porque a internet é uma coisa mais descartável e tal, e vou botando. Agora já está com 30 capítulos no meu site e aceito inclusive sugestões, posso botar cinco finais, de repente, se alguém me sugere um final...
Jô: Claro, ele lê com o final que ele quer.
Maitê: Posso mudar de estilo, porque eu acho que eu comecei um pouco formal, meio Machado de Assis, sabe? Não, brincadeira, claro que não quero me igualar. Mas eu comecei meio formal. E agora eu estou na fase que eu gostaria de fazer uma coisa completamente irreverente. Então eu posso, já que é um livro na Internet, novo, eu posso mudar de estilo no meio do livro.
Jô: Mas você pode mudar de estilo no papel também!
Maitê: Também pode.
Jô: "Aproach" que você está tendo do livro é que não é correto, você pode mudar, mexer. Tem um livro do Colt, ele faz Craft que é um personagem dele, que é um escritor de ficção científica, um marginal, ele diz assim: "Ele estava em Los Angeles, sei lá, e o outro estava em Chicago, e eles tinham que se encontrar. Não seria possível, mas como sou eu que estou escrevendo o livro, ele abre a porta e encontra com o outro que está em Chicago". [risos]
Maitê: Pois é.
Jô: Eu acho que o barato é esse.
Maitê: Exatamente. Essa liberdade, eu não tinha, agora então vai estar lá, para quem quiser ver. Se eu levar muita vaia, eu tiro também, né. Não tem problema.[Risos]
Jô: Maitê Proença. Muito obrigado