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O que me espiritualiza é a natureza

Caras Digital – Mai/15
 

Intensidade e uma boa dose de coragem guiam os rumos da atriz

Foto Fernando Lemos

Energia, disposição de sobra e a capacidade de dar conta de múltiplas atividades sem perder a leveza e o jeito doce são características que regem a vida de Maitê Proença (57). Nos dois últimos anos, sem tirar nenhum dia de férias, ela dirigiu, produziu e atuou no espetáculo À Beira do Abismo me Cresceram Asas, ao lado da atriz Clarisse Derzié Luz, e escreveu seu quinto livro, Todo Vícios, sobre uma relação nos tempos digitais, sucesso de venda Brasil afora. Após o período intenso, deu uma pausa, viajou para o Sri Lanka em dezembro passado, e, assim que voltou ao País, voltou ao trabalho, vivendo a ex-Miss Nova Alvorada Kitty Santana, na novela Alto Astral, da Globo, encerrada na semana passada. Aliado a tudo isso, encontra fôlego para cuidar da casa, do corpo, da mente, da filha, Maria (24), da relação com o empresário Paulo Marinho (62), e tempo para lançar, em junho, Entre Ossos Agora, que inclui crônicas inéditas. "Invento muita moda. Minha secretária diz que faço mil coisas, mas, quando me dou conta, já estou fazendo. Se tenho uma boa ideia, não paro, é do meu temperamento. Vou até o fim, custe o que custar", declara a paulistana Maitê, durante estada na Ilha de CARAS, em Angra dos Reis, RJ. Sempre bela e com formas impecáveis, ela destaca que um de seus cuidados primordiais com a saúde vem da água. "Tenho filtro em todos os lugares de onde sai água na minha casa. Ela entra na sua pele por osmose, é muito difícil conseguir qualquer coisa que seja pura. Também tenho uma alimentação com produtos orgânicos. Acho que essas coisas funcionam mais a longo prazo que qualquer creme", atesta.



Foto Fernando Lemos

– Com tantos projetos, o que a atrai hoje para atuar em novelas?

– Ter feito essa novela foi um pedido direto do autor Silvio de Abreu e dei sorte. Foi uma trama bonita, com uma história bem contada, bem dirigida e atores bem escalados, sem grandes invenções. Simples e encantadora.

– Um dos temas da trama era o espiritismo. Como pratica a fé?

– Desisti de compreender o mistério. Não quero respostas, nem quero que a criação caiba em uma explicação infantilizada. O que me espiritualiza é estar na natureza, ficar em silêncio ou conviver com gente de verdade, que fala e age de verdade. Não preciso de templos, nem de rituais. Gosto deles, acho lindo, mas não dependo disso para me sentir tranquila.


– Você já declarou ser muito intensa e não viver de forma rasa. Sempre foi assim?

– Sou do tipo que agarra a vida pelo colarinho. Gosto de viver intensamente, dores e alegrias. Não tomo remédios para aliviar os sentimentos, sinto que vivo mais e percebo melhor as coisas se deixar tudo pulsar mais forte. Entendi que não se morre disso. Mas morre-se de tédio e de seus efeitos colaterais, como a depressão, o desinteresse e a falta de entusiasmo.

– Em Todo Vícios a relação dos personagens é virtual. Acha que a intimidade incomoda?

– Isso existe com mais frequência do que imaginamos. A internet ajuda as pessoas a se proteger, pois existe um medo de se entregar às emoções, elas te carregam e você fica menos racional. Mas a única maneira de ter uma grande relação é se jogar nela.

– O que você preza em seus relacionamentos amorosos?

– A essa altura da vida, para valer a pena, seria gostoso ter alguém bom de convívio e de conversa. O resto, a gente apara.

– Você e Maria são parecidas?

– Temos critérios parecidos, um mundo moral semelhante, mas o meu temperamento é ruim e o dela, delicioso. (risos)

– Que tipo de mãe se considera? Tem vontade de ser avó?

– Sou a melhor mãe que consegui ser, me esforcei para fazer direito. Era fundamental para mim dar a Maria uma infância estruturada, saudável, alegre, diversificada e cheia de afeto. Ainda presto muita atenção. E gosto, nunca foi um sacrifício. Estou louca para ser avó de uns cinco netos, pelo menos!

– Como você se cuida?

– Eu compro comida orgânica. Gosto de fazer exercícios também. Quando viajei à Bahia no início do ano, nadei em alto mar, andei a cavalo, fiz passeios e andei 30 km até não sei aonde. Uma hora cansa, mas é prazeroso. E tudo isso é uma espécie de meditação, algo muito restaurador.









Foto Fernando Lemos

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