Achadas e Perdidas
Release - 2006
 

Achadas e Perdidas é uma peça escrita por Maitê Proença, onde duas atrizes interpretam 18 diferentes personagens. São sete histórias distintas que falam de amor, de futebol, da morte, dos homens, de mulheres e de meninas - sempre com muito humor. Trata-se de uma comédia. No desenrolar dos textos veremos 25 trocas de figurino, 11 trocas de cenário, múltiplas imagens com modernas técnicas de vídeo e muita beleza para encher os olhos do espectador. É teatro feito pra emocionar. Quando você não estiver às gargalhadas, estará de coração mexido. Maitê Proença e Clarisse Derziê Luz são as intérpretes deste espetáculo dirigido por Roberto Talma.

Sinopse

Trata-se de uma comédia composta por sete esquetes. Os esquetes, interpretados por duas atrizes, falam de futebol, de amor, da morte, de homens, mulheres e meninas. Graça e densidade se fundem num espetáculo divertido, delicado e inteligente.

1ª) Quem Olha o Mar Não Publica - Patroa escritora com bloqueio criativo empaca diante da folha em branco. Os confortos, a beleza a sua volta, a esplêndida vista da janela de seu escritório, estariam dispersando sua capacidade criativa? A empregada, esperta, avaliando tudo, conclui: Se ela não consegue escrever porque tem coisa demais, eu aqui neste quartinho que nem janela possui, vou criar uma obra prima. E põe-se a escrever o best-seller "Ódio".

2ª) Pelada - Mulher assiste à pelada do marido com os amigos. Depois de algum esforço para adaptar-se ao ambiente e compreender as contradições que existem dentro e fora do campo, conclui: Nós mulheres não temos nada que se compare, nem o salão, nem o shopping. E se reclamamos do futebol deles, é pura inveja.

3ª) Óvulos Grisalhos - Mulher de quarenta no ginecologista sofre com consulta constrangedora. O médico explica-lhe pq não consegue engravidar: Quatro garotões empurrando um carro é bem diferente de quatro senhores de sessenta fazendo o mesmo, certo? Seus óvulos são os quatro senhores de sessenta, estão velhos. Em casa, ela conta a história à melhor amiga, e ambas entram numa histérica (mas cômica) crise estético-existencial.

4ª) Unhas do Inconsciente - É o momento mais denso e íntimo do espetáculo. Após dia comum de trabalho, mulher sofre um ataque de pânico: Tinha vergonha de mim, sentia raiva, estava do outro lado de todas as fronteiras, mas a brutalidade de um comando inconsciente me punha frágil e incapaz de escolher um caminho para territórios mais estáveis. Ao final da descrição, tendo atravessado uma ponte escura, a mulher conclui: Hoje, quando me acontecem momentos de medo e que me vejo de novo presa nas unhas do inconsciente, reencontro-me depois, quase agradecida. Aprendi a não ter medo de sentir medo.

5ª) Meninas - Duas meninas num velório filosofam sobre a vida e a morte com o humor inconscientemente negro que as crianças tendem a produzir quando tratam de temas adultos: Nós duas viemos da barriga das nossas mães. Não somos iguais aos nossos irmãos que vieram trazidos pela cegonha! Umas cegonhas pretas!
E ainda:

RUBI - (FALANDO BAIXINHO) Mamãe tá tão séria.

LUZIA - Também rir do quê? Ela está morta, Rubi! Morto não ri. Morto fica assim, sonhando...

RUBI - Se ela estivesse sonhando coisa boa dava um sorriso. Mamãe tem as mãos e os dentes mais bonitos de todo o universo...

LUZIA - Quando chegar no Céu ela vai voltar a rir de novo.

RUBI - Mas minha mãe não vai pro céu. Eu perguntei pra ela se Deus existia e ela disse que era igual papai Noel, que existe pra quem acredita nele. E ela sabia que eu já não acreditava.

LUZIA - Minha mãe disse que o nosso bairro inteiro vai para o Céu! Aqui só tem gente boa.

6ª) Amor da Minha Vida - Duas mulheres numa estação rodoviária se despedem do grande amor: O amor da minha vida eu encontrei, tem nome, é de carne e osso, e me ama tb. Agora falta encontrar alguém com quem possa me relacionar.

E ainda: O desacerto é de lascar e não há cama que resista a tantas reconciliações - um dia a cama cai.

E também: Ainda bem que os homens voltam, quando voltam, para nos arrancar dessa cafonice gloriosamente feminina q é perder o sentido de tudo e se deixar morrer... de amor.

7ª e última) A Urna - Mulher e sua filha tentam se livrar do pai e avô que, mesmo depois de morto insiste em se fazer presente. O espírito não quer se desapegar da urna onde foram guardadas suas cinzas. Atiram a urna no mar, a urna não afunda, e o episódio vai atraindo a atenção de populares. Ao final, o que era para ser uma cerimônia íntima, acaba como uma grande celebração de samba e alegria.

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